AVERSÃO, CURIOSIDADE, FELICIDADE, LUTO...
Quais emoções e sentimentos a leitura desperta em você?
Olá leitores, tudo joia?
O que você sente quando pensa em livros? Quais emoções a leitura lhe desperta? Essa é uma pergunta complexa, não é mesmo? Afinal, são inúmeras as possibilidades e tudo depende do livro que se está lendo.
Quando me perguntam porquê eu escolhi contar histórias policiais a resposta é sempre a mesma: porque foi a literatura policial que me cativou como leitora. Mas, por quê?
Um romance policial é imprevisível. Uma característica imutável dos bons livros investigativos. Você deve concordar que ser surpreendido — com algo positivo — é uma experiência deliciosa e produz um grande prazer.
Não é a toa que a expressão surpreenda-me, uma das mais clichês de livros românticos, é constantemente exploradas por autores. Surpreender alguém é proporcionar um momento mágico, inesquecível, e para para ratificar o peso que tem, quero contar um episódio que aconteceu essa semana, no grupo de leitura coletiva que participo.
O livro escolhido para a leitura de janeiro foi Leitura de Verão da autora americana Emily Henry: um livro fofo e romântico — sim, eu também curto livros chick-lit — afinal, dentro dessa autora policial que vos escreve bate um coração apaixonado, rsrsrs.
Bem, voltando ao assunto, o fato é que uma das meninas do grupo fez a seguinte consideração sobre a leitura, “O romance não me surpreendeu em nada, e eu adoro surpresas rs, a gente lê sabendo o tempo todo que eles acabariam juntos, tipo felizes para sempre.”
Em contra partida, uma outra leitora escreveu, "Sobre surpreender, é raro acontecer com romance. A gente sempre sabe que vão terminar juntos."
Concordo com a segunda opinião, os livros românticos tendem a proporcionar finais felizes. O leitor inicia a leitura com essa expectativa. Aguarda com ansiedade e paciência o momento do primeiro beijo, e se o autor resolve inovar, negando o final fofo prognosticado, o tiro pode sair pela culatra.
Quero deixar claro que sou super fã de livros românticos e eles merecem todo o meu respeito. Cumprem a missão de entreter e conduzir por uma "viagem” gostosa, com percalços, mas de final aconchegante.
Porém, ao iniciar uma leitura policial, o leitor não tem a menor ideia do que esperar do final ou até mesmo do que irá acontecer durante o percurso. Além disso, nem todo autor escolhe um final feliz para suas tramas, onde o bem vence o mal, e é exatamente essa imensidão de possibilidades que me conecta aos livros investigativos.
Já declarei algumas vezes que não sou muito apreciadora de livros com descrições detalhadas de violência física, apelidado de sangue gráfico. Nada contra quem curte, é apenas um gosto pessoal. Porém, preciso confessar, apesar da minha resistência, no momento estou devorando um que começa com uma cena brutal, minuciosamente descrita.
No entanto, o que veio a seguir foi uma leitura embriagante. Um thriller psicológico de extrema qualidade. O autor enfatiza os aspectos mentais dos personagens e suas diferentes percepções sobre “o fim justifica os meios”. Será que o ser humano pode passar por cima da moral e da ética para defender um bem maior? Será?
Estou falando do livro nacional O Sorriso da Hiena, do autor Gustavo Ávila.
Voltando às perguntas do início dessa newsletter, sobre as emoções e sentimentos que os livros nos provocam. Posso dizer que, nessa leitura senti AVERSÃO nos primeiros capítulos, quando o crime que desencadeia toda a narrativa é apresentado em detalhes: o assassinato de um casal, com requintes cruéis de tortura, testemunhado pelo filho de apenas 8 anos.
Mas então, por que eu não interrompi a leitura? Dez páginas de sangue gráfico não foram suficientes? Talvez, mas há algo sedutor na escrita do Gustavo.
Passada a aversão inicial, veio a CURIOSIDADE em obter respostas. Por que o vilão fez o que fez? E pior, por que o protagonista cruzou a barreira da ética?
ANSIEDADE, foi o que seguiu, quando me peguei pensando na história durante o dia. FELICIDADE no momento em que retomava a leitura sabendo que não precisaria interrompê-la por um bom tempo. ANGÚSTIA ao me dar conta para onde o autor me conduzia com a narrativa. E por fim, LUTO, ao constatar que estava a vinte páginas de terminá-lo.
Em 2016, O Sorriso da Hiena teve os direitos comprados pela TV Globo. Agora é ficar na torcida, esperando para que venha logo a adaptação para as telinhas.
“É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem?”
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Hoje eu fico por aqui, um beijo e até a próxima.