Talvez o que eu vá afirmar neste primeiro parágrafo possa soar pretensioso, mas para uma aficionada como eu, é a mais pura verdade: a ficção policial é, sem dúvida, um dos gêneros mais envolventes em todas as suas formas de entretenimento. Quem ama, ama mesmo — vai por mim. Existe uma sinergia no comportamento dos fãs do gênero, marcada pelo desafio de investigar e desvendar o mistério ao lado do protagonista. É algo que observo no comportamento de leitores e espectadores pelas redes sociais, clubes de leitura dos quais participo e em muitas conversas.
Desde os clássicos até os contemporâneos, as narrativas policiais têm evoluído, mas um elemento essencial permanece o mesmo: o jogo mental entre investigador e criminoso. Foi assim com Seven: Os Sete Crimes Capitais, uma narrativa que explora o jogo psicológico do assassino John Doe, que, em uma espécie de obsessão, elabora um sangrento quebra-cabeças que precisa ser decifrado pelos detetives Mills e Somerset.
Outro exemplo é a popularização do protagonismo feminino, representado de forma impecável pela personagem Clarice Starling em O Silêncio dos Inocentes. Clarice é testada e desafiada a decifrar os enigmas propostos pelo psicopata Hannibal Lecter, que, de certa forma, a guia na trilha para encontrar um serial killer que já fez inúmeras vítimas.
Evidência 7 se baseia em uma pergunta intrigante: O que acontece quando uma amargurada inspetora precisa decifrar pistas enigmáticas de uma série de crimes e sua obstinação a coloca na mira do assassino?
Ambientada no Rio de Janeiro, a história é narrada sob dois pontos de vista: o da investigação e o do próprio assassino, incluindo flashbacks fundamentais para entender a mente do criminoso.
Val Ricci é uma mulher que perdeu o propósito de vida após três eventos recentes: um divórcio, há três anos; um relacionamento conturbado com a filha adolescente, Luana, que a culpa pelo fim do casamento dos pais; e os cuidados com a mãe, que sofre de Alzheimer e vive em uma clínica em Petrópolis. Para contrabalançar essas dificuldades, ela conta com a amizade de Isa, amiga de infância e ex-cunhada, uma personagem dinâmica que a incentiva a se arriscar mais no amor e na vida. É através de Isa que Val conhece Arthur Vianna, um charmoso agente literário que a ajuda a enxergar a vida com mais leveza.
Em um dia comum, Val e seu parceiro de longa data, Urso, são chamados para investigar o homicídio de uma jovem de 22 anos, encontrada nua e asfixiada em um motel na Barra da Tijuca. No local, a perícia encontra uma pista incomum: uma folha seca de árvore, marcada com a numeração 1178. À medida que novas vítimas aparecem, Val percebe que esses números podem ser a chave para deter o assassino, forçando-a a desvendar o enigma antes que mais vidas sejam ceifadas.
Ouso afirmar que Evidência 7 é uma espécie de Seven, mas com Clarice Starling no comando da investigação. A intersecção entre o jogo psicológico, os símbolos ocultos e a construção de suspense é o que conecta Evidência 7 com essas narrativas mencionadas. Mas, ao mesmo tempo, a cultura e as nuances locais conferem a Evidência 7 uma autenticidade única.
Val Ricci é uma inspetora carioca que lembra a figura de Clarice Starling. Ambas buscam pistas e enfrentam o lado mais sombrio da mente humana, lidando com um criminoso inteligente e manipulador. Assim como Clarice, Val é obrigada a entrar no jogo do assassino, decifrando enigmas complexos enquanto lida com seus próprios demônios e pressões.
O paralelo com Seven também é inevitável: assim como os detetives Mills e Somerset enfrentam uma sequência de crimes com significados ocultos, Val Ricci lida com um assassino que segue uma lógica perversa, tornando a investigação uma verdadeira corrida contra o tempo e um quebra-cabeça psicológico. Val, porém, traz uma brasilidade à trama, oferecendo aos leitores um olhar sobre as complexidades e os desafios de ser uma mulher investigadora em um cenário de violência urbana familiar.
Sobre o lançamento
Essa semana, pelo perfil do Instagram da editora mapa lab, foi anunciado oficialmente o nascimento do selo mapa crime, dedicado exclusivamente à ficção policial. (Sigam o perfil)
Os detalhes dessa realização foram mencionados na última edição da newsletter o que eu queria ter dito, produzida pela Camila Perlingeiro, minha editora, sócia da mapa crime. (Recomento muito a newsletter dela também)
Mais do que livros, queremos criar uma experiência para todos que amam mistérios e sentem falta de pertencer a uma comunidade de aficionados.
Camila Perlingeiro
Lançamento
Estamos organizando uma noite especial para o lançamento do livro e do selo, incluindo um bate-papo com as sócias da mapa.crime, que falarão sobre esse grande movimento em prol da ficção policial.
Data: 7 de novembro, às 19h
Local: Livraria Janela, no Jardim Botânico (Rua Maria Angélica, 171B)
Tenho certeza de que será uma noite inesquecível, e espero poder contar com a sua presença!
O que mais preciso dizer:
Amanhã, sábado, 26 de outubro às 14h, estarei participando de um evento no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), na Cinelândia, RJ. O evento, chamado Caminhos para Autores Amadores e Independentes, tem como objetivo capacitar escritores com orientações práticas para profissionalizar suas carreiras literárias. Vamos abordar temas essenciais, como: a qualidade do texto literário, estratégias de marketing, construção de autoridade, e uma visão geral sobre o mercado editorial.
Dia 02 de novembro irei palestrar no 3º Encontro Nacional de Escritoras, organizado pela autora Vanessa Passos, em São Paulo. O evento contará com grande nomes do mercado editorial e audiovisual, como Cris Lisbôa, Dany Sakugawa e Anita Deak.
Adorei!